terça-feira, 25 de maio de 2010

Secretário visita usinas de álcool para conhecer projetos de gestão ambiental
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan está visitando nesta sexta-feira (04/07), a Destilaria de Álcool Libra, localizada no município de São José do Rio Claro ( 325 quilômetros da capital), e a Cooperativa Agrícola de Cana (Coprodia), no município de Campo Novo dos parecis (397 quilômetros da capital), na região Norte do Estado. Desde ontem, junto com o presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Piero Vicenzo Parini, o Daldegan está conhecendo os resultados alcançados pelos Programas de Gestão Ambiental implantados pelos usineiros. Na quinta-feira (03/07) eles estiveram na Usinas Itamaraty, em Nova Olímpia (a 207 quilômetros na Cuiabá, na região sudeste do Estado), e a Barralcool, em de Barra do Bugres (168 km na região Médio-Norte de Mato Grosso)

No ano passado, o Sindalcool/MT assinou um protocolo de intenções com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), com o objetivo de implementar os processos de regularização ambiental das propriedades e das atividades do setor agrícola. Pelo protocolo, os empresários do setor se comprometeram também a não mais cultivar cana em Áreas de Preservação Permanente (APP), nas propriedades rurais cortadas por rios, nascentes e morros, até o final da safra de 2008 e ainda recuperar áreas degradas, onde não mais existissem culturas de cana.

Segundo estimativas da Sema, Mato Grosso tem hoje cerca de 7 milhões de hectares de área de preservação. Por lei, os proprietários rurais não podem plantar a menos de 30 metros de rios com até 10 metros de largura e, quanto maior a largura do rio, maior a área de preservação.

O protocolo assinado pelo Sindicato, ao qual os usineiros aderiram, prevê também outras metas a serem alcançadas como o estabelecimento de um cronograma de regularização das áreas, a localização das APPs, a apresentação do plano de adequação ambiental das propriedades rurais considerando os aspectos territoriais, bioma, bacias hidrográficas e municípios.

USINAS – Na Usinas Itamaraty o secretário de Meio Ambiente conheceu os projetos de utilização racional dos resíduos industriais (torta de filtro e linhaça) no plantio da cana, conhecido como fertirrigação. Esse sistema faz com que a distribuição dos resíduos seja feita de maneira equilibrada e dentro das determinações legais.

Daldegan conheceu a tecnologia utilizada pela empresa para a irrigação das áreas plantadas e também o trabalho de recuperação das áreas degrada e as Áreas de Preservação Permanente, que além de isoladas estão sendo, em alguns casos, ampliadas.

Para auxiliar no replantio dessas áreas a usina implantou um viveiro que produz 200 mil mudas por safra, de 50 espécies nativas diferentes como ipês, jatobá, aroeira, cedro e, de árvores frutíferas. “Além de utilizarmos na recuperação das áreas, também estamos doando mudas para Prefeituras e entidades que desenvolvem projetos sócio-ambientais”, explicou o gerente de Meio Ambiente da Usinas Itamaraty, Caetano Henrique Grossi.

O diretor presidente da Usinas Itamaraty, Sylvio Nóbrega Coutinho, destacou o papel do empresário nesse processo, que deve abraçar a responsabilidade social e ambiental. “O meio ambiente equilibrado e recuperado agrega valor aos nossos produtos”, sintetizou.

A Usinas Itamaraty, ao final dos dois primeiros meses da safra 2008/2009 alcançou a marca de 34 milhões de toneladas na moagem de cana-de-açucar, produzindo 1.443.003 litros de álcool e 24.977 sacas de açúcar de 50 kg.

Na Usina Barralcool, foi apresentado ao secretário de Meio Ambiente um Plano de Recuperação de Áreas Degradas com soluções técnicas de reposição florestal das adjacências da Usina. O plano é parte integrante do Sistema de Gestão Ambiental onde é priorizada a recuperação de áreas ambientalmente sensíveis.

Na Barralcool o plano prevê o restabelecimento da relação solo-água e recomposição do equilíbrio em zonas desestabilizadas e o controle de processos erosivos, além da recuperação de áreas de matas ciliares. Também lá, estão sendo produzidas mudas de plantas nativas num viveiro.
O diretor da Barralcool, Dante Pedroni explicou que no ano passado foram produzidas cerca de 150 mil mudas de espécies nativas e, desse total, pelo menos 85 mil já foram utilizadas na recuperação das APPs. Ele calcula que existam cerca de 300 hectares de áreas que já estão sendo recuperadas e a serem recuperadas.

Com 35.622 hectares de área e uma produção de 2,5 milhões de toneladas, a usina tem uma previsão de que na próxima safra, 50% dela já seja colhida mecanicamente. “Hoje, todo o nosso planejamento tem como foco as questões ambientais”, explicou.

Mato Grosso possui hoje cerca de 220 mil hectares destinados ao plantio de cana-de-açucar. As quatro usinas visitadas pelo secretário do Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan, representam em de 80% da cana produzida no estado.

O plantio de cana em APP representa cerca de 4% desta área, ou seja, 8,8 mil hectares. "O protocolo de intenção representa a regularização de 500 mil hectares de propriedades onde estão as plantações de cana, o número inclui toda a área da propriedade e não apenas a agricultável", explicou o secretário.

Daldegan salientou que os setores produtivos estão conscientes e assumindo a responsabilidade sócio-ambiental na produção. “Através do protocolo o setor sucroalcoleiro terá uma melhoria da gestão ambiental e, quem ganha com isso é a sociedade como um todo”.

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